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Conhecendo a Pampulha, o novo Patrimônio Mundial da Unesco

O Conjunto da Pampulha, localizada em Belo Horizonte, recebeu no último dia 17 de julho o título de Patrimônio Mundial da Humanidade, por reunir características que exemplificam o conceitos da arquitetura moderna, como estrutura em concreto armado, planta livre,  integração interior exterior, e uso de pilotis. Com o título de Patrimônio Cultural da Humanidade, o conjunto passa a contar com o compromisso de proteção da Unesco e de 190 países. 

Além da Pampulha, outros 1.031 locais, localizados em 163 países já receberam esse título, sendo Minas Gerais o estado brasileiro com mais títulos. Além da Pampulha, são considerados Patrimônios da Humanidade, a Cidade Histórica de Ouro Preto, o Centro Histórico da Cidade de Diamantina e o Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas. No país, são 20 locais que possuem o título

Oscar Niemayer projetou o conjunto a pedido de Juscelino Kubitschek,  entre os anos de 1940 e 1943, para tornar a região um local de lazer e turismo, com a colaboração de Cândido Portinari com suas obras e do paisagista Burle Marx. 

Como arquiteta, tinha o sonho de conhecer a Pampulha e apreciar suas obras. Quando definimos o roteiro pelas Cidades Históricas de Minas, incluí um dia de passeio em Belo Horizonte para que fosse possível passear pelo local. Leia o post “Minas Gerais | Conhecendo o melhor do estado em seis dias”, para conhecer todos os detalhes do roteiro.

Nós visitamos a região da Pampulha em um dia de céu azul. São cinco obras principais que compõem o Conjunto da Pampulha, localizadas ao redor da Lagoa da Pampulha, a Igreja São Francisco de Assis, a Casa do Baile, o Cassino, a Casa Kubitschek e o Iate Golfe Clube.  

A lagoa funciona com um elemento articular entre os edifícios, conferindo às obras a ideia de conjunto. Além dos edifícios e da lagoa, o paisagismo e várias obras de arte, como esculturas, pinturas e mosaicos, tornam o local único e diferenciado.

O projeto original incluía um hotel, que não chegou a ser executado. Das cinco obras, nós visitamos apenas quatro, pois a informação que eu tinha era que o Iate Golfe Clube, hoje Iatê Tênis Clube, não era aberto a visitação pública, por se tratar de um clube. Não conferi a informação no local, mas parece que o Iate passará por um processo de desapropriação para que volte a ser público.

Igreja São Francisco de Assis |

A Capela de São Francisco de Assis é o principal símbolo da Pampulha  e primeira igreja a ser construída dentro do espírito moderno no Brasil, o que fez com que ficasse fechada por anos. pois a Igreja Católica não aprovou a “modernidade”. 

Polêmicas a parte,  a capela é muito rica em detalhes. Niemayer soube ousar nas curvas e utilizar a estrutura como sua forma. Outro grande destaque são as pinturas de Portinari.

É possível visitar a parte interna da capela, pagando uma pequena taxa de visitação. A capela está aberta de terça à sábado, das 8h às 17h e nos domingos das 9h às 14h.

Casa Kubitschek |

A residência Juscelino Kubitschek foi construída para ser casa de campo do então prefeito de Belo Horizonte. Imaginem como a região da Pampulha era “afastada”, de Belo Horizonte.

O projeto da casa Kubitschek representou um marco na região, por ser precursora do estilo moderno, já que nas outras edificações predominavam os estilos neoclássicos e art déco. Juscelino usufruiu da residência apenas por dois anos e depois vendeu a residência a um assessor.

Hoje a casa Kubitschek é museu que foi inaugurado em 2013  e preserva mobiliário, fotografias, adornos e objetos da época, representando o estilo de morar entre as décadas de 40 e 60 e o ambiente político e cultural, onde o pensamento modernista se consolidava.

A casa abriga um lindo jardim de Burle Marx e representa o modo de morar modernista, com a integração da arquitetura com a paisagem e a setorização das áreas, ampla área social, área intima resguardada e área de serviço.

Não há cobrança de ingressos para a visitação e a funcionária foi muito simpática e atenciosa nos contando curiosidades da casa e da época. A Casa está aberta a visitação de terças a domingos, das 9h às 18h.

Casa do Baile |

Outro belo exemplo de arquitetura modernista, a  casa do baile foi projetada para a função de restaurante dançante, tornando-se palco de eventos musicais e gastronômicos. 

Localizada em uma ilha artificial, é ligada à rua através de uma pequena ponte. na área externa, um amplo jardim e um palco circular cercado por um espelho d’água.  Seu projeto foi desenvolvido tendo como base dois circulos que se tangenciam internamente.  Nesse projeto Niemayer ousou novamente com suas curvas e utilização de elementos da arquitetura moderna, como marquise e pilotis. Outro grande destaque da obra são os azulejos decorados.

Com o fechamento do Cassino em 1946, a Casa do Baile também encerrou suas atividades e o espaço passou vários anos fechado.  Em 2002, a edificação foi reaberta após restauração coordenada pelo próprio Niemayer, como sede do Centro de referência de Urbanismo, Arquitetura e Design, vinculado à Fundação Municipal de Cultura de Belo Horizonte.

Museu de Arte da Pampulha, ex Cassino |

O edifício do Cassino foi o precursor de todo o projeto, pois seria o cassino que atrairia muitos visitantes a região. Infelizmente todo esse esplendor sonhado por Juscelino terminou em 1946, quando os jogos de azar foram proibidos no Brasil.

A localização do cassino é privilegiada e de destaque por estar em uma área alta do terreno, totalmente integrado aos jardins de Bule Marx com suas esculturas.

O projeto do Cassino possui os principios da arquitetura moderna de forma clara e limpa com panos envidraçados que proporcionam integração interior exterior, rampas, plantas e fachadas livre, modulação pela estrutura e uso de pilotis.

Atualmente a edificação abriga o Museu de Arte da Pampulha onde acontecem exibições temporárias. Infelizmente no dia da nossa visita, não estava acontecendo nenhuma mostra, mas vale a pena entrar no prédio para imaginar o seu apageu na época do cassino e apreciar a beleza de um projeto modernista de arquitetura.

O título de Patrimônio Mundial da Humanidade já está garantido, mas para mantê-lo, a Prefeitura de Belo Horizonte deverá retirar a guarita da Casa do Baile, reestruturar as praças, demolir o prédio anexo do Iate Tênis Clube, além de despoluir a Lagoa da Pampulha.

Encontramos até capivaras por lá

Outras dicas |

Embora as atrações da Pampulha pareçam estar localizadas próximas, elas ficam bastante afastadas. Nós visitamos a área da Pampulha com carro que alugamos com a Rentcars.  Não há estacionamento bem em frente aos pontos visitados, mas existem ruas próximas e bolsões de estacionamento onde é possível estacionar com tranquilidade.

A região é bem sinalizada e as distâncias entre as edificações são identificadas. Se optar em conhecer a região caminhando não esqueça de um bom tênis.  Outra boa opção deve ser conhecer a região de bicicleta.

Onde se hospedar |

Como ficaríamos apenas uma noite em Belo Horizonte e o objetivo na cidade era conhecer a região da Pampulha, queríamos um hotel que  tivesse fácil acesso a região e entrada e saída da cidade. Optamos pelo Ramada Encore MinasCasa,  localizado em uma área de um shopping de decoração e em frente a um grande shopping com praça de alimentação. O quarto era muito confortável e o café da manhã super variado e gostoso. O preço da diária foi excelente, pelas instalações e serviços oferecidos. Para ver disponibilidade, valores e reservas para o período da sua viagem, clique aqui.

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* Minas Gerais | Conhecendo o melhor do estado em seis dias

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* Onde se hospedar em Brumadinho

Para ver mais fotos, siga nosso perfil no Instagram – @Fran_agnoletto e a #ViagensqueSonhamosemMinas

Esse post faz parte de uma Blogagem Coletiva. Para ler os outros artigos sobre o mesmo assunto, clique nos links abaixo:

Viajonários – Patrimônios Mundiais da UNESCO em Londres 

Lolepocket – Como explorar o melhor das ilhas gregas: um dia em Delos 

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32 respostas

    1. Bianca,
      BH tem muitos atrativos imperdíveis.
      Amamos o roteiro que fizemos por MG.
      Espero que vocês viaje para lá em breve.

      beijos

  1. Fiquei muito feliz de poder revisitar a região da Pampulha recentemente e ter essa maravilhosa notícia dela ter sido recentemente incluída nos patrimônios da UNESCO!

  2. E eu ainda nao tive a oportunidade de conhecer! 🙁 Ainda bem que temos nossos amigos blogueiros que nos levam viajar atraves dos posts sensacionais!!! Beijinhos, super completo seu post!

  3. A Pampulha, sem dúvida, merece o título. É um lugar lindo! Só de caminhar pelo lago artificial já fiquei feliz. Agora, então, novo motivo! 🙂

  4. A Pampulha merece muito este título, é moderna, linda e interessante, tudo ao mesmo tempo e precisa ser preservada para as próximas gerações.

  5. Gostei muito de ver suas fotos. O local parece bem conservado agora. Fui lá há alguns anos e notei que faltavam alguns azulejos na igreja de São Francisco (detalhista? Imagina). Que bom que se tornou patrimônio! Sem dúvida, merece uma outra visita, com mais tempo para explorar tudo! lindo post!!
    abraços, LIliane @trilhasecantos

    1. Ele foi um gênio, mas vamos combinar que ser amigo do prefeito e posteriormente do presidente do país ajudou muito.
      De nada adianta ter boas ideias e nenhuma verba para executar.
      Abraços

  6. Pampulha é uma região incrível,reúne 5 atrações em 1 só lugar ! Formas, espaço,natureza tudo integrado. Imagino que delírio para uma arquiteta conhecer esse espaço ! Ótimo post e quentinho.

  7. Para mim, foi uma super novidade saber da Pampulha como Patrimônio da UNESCO. Ainda não conheço, mas fiquei super curiosa agora! A Capela de São Francisco de Assis parece ser incrível! 🙂

  8. Uma pena o prédio do Cassino estar sem nada quando vcs foram. Espero que peguem uma curadoria boa pra transformar o espaço de verdade!
    ótimo post,
    abraço

  9. Lindo, Fran! Estive lá em julho, mas não consegui ir na Casa de Baile. Você ainda foi na casa do Juscelino, amei! Quero voltar para conhecer o que faltou. bj

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